té bem pouco tempo, o São Paulo se dizia um clube de exceção à regra que domina as divisões de base do Brasil: “enquanto os outros contratam aos 16, 17 e até 18 anos, nós formamos desde os 14”, afirmava a direção de Cotia, orgulhosa de sua formação e de seu processo de captação com escolinhas conveniadas pelo país. Nos últimos dias, depois de capitalizar o terceiro fracasso em grandes competições no ano, o clube radicalizou.
Segundo contabilidade do Olheiros em monitoramento do BID, na CBF, são 14 reforços confirmados de jogadores que chegam com idade para a próxima Copinha. Os mais badalados atuam no meio-campo: Robertinho, volante /96 ex-Vitória e que deixou o Santos recentemente, e Lucas Evangelista, um dos três provenientes do Desportivo Brasil. Até a categoria sub-15, Lucas jogava pelo próprio São Paulo.
Há razões bastante claras para a investida voraz dos são-paulinos ao mercado da base: com João Schmidt, Rodrigo Caio, Lucas Farias, Luiz Eduardo, Henrique Miranda e Ademílson entre os profissionais, além da negociação de Lucas Piazon com o Chelsea, pouco restou de qualidade às gerações /93, /94 e /95. “Quem tem potencial, não está comprometido. Quem está comprometido, não tem qualidade”, disse à coluna uma das lideranças em Cotia.
Ciente das fraquezas, René Simões destacou quatro observadores para fazer uma varredura na última Taça BH. Vários dos nomes contratados provêm desse monitoramento: Victor Juffo e Tiago Moura, da linha ofensiva do Rio Branco-ES, foram responsáveis pelo maior vexame são-paulino, batido por 2 a 0 diante da equipe capixaba. Do Guarani também chegam a Cotia o volante Eduardo e o atacante Adelino, que pegaram os são-paulinos em Minas.Adelino, aliás, era desejo antigo do São Paulo e assinou o vínculo mais longo, até 2017.
Na sequência de Fábio Lima, que pertencia ao Icasa e veio para os juniores via Atlético-GO em julho, a direção de Cotia ainda buscou o meia e lateral Bismarck. Da Bahia, chegam Joelton, meia que também já atuou no Cruzeiro, e Gustavo Nunes, goleiro. Do rival Palmeiras, o zagueiro Guilherme Almeida, titular na última Copa São Paulo. O arrastão são-paulino ainda contou com a formalização de parceria com a Traffic.
Do Desportivo Brasil chegam o zagueiro Diego Carlos e o lateral e volante Daniel Chula, que também participaram da última Copa São Paulo. E ainda retorna Lucas Evangelista, o negócio mais badalado: meio-campista de grande técnica, joga de armador ou volante, fez estágio no Manchester United e tem uma perna esquerda rara. Seu contrato é de dois anos e tem potencial de seleção brasileira.
Caçula da lista, o /96 Robertinho chegou do Santos há poucos dias depois de se recusar a assinar o contrato profissional. Foi mais um jogador do time campeão brasileiro sub-15 a partir da Vila Belmiro – Gabriel Barbosa, o Gabigol, ainda não fechou o acordo. Volante técnico, mas com fama de pouco competitivo, Robertinho será submetido ao processo de formação do São Paulo para não ser um novo Casemiro.
As contratações em atacado, com mais de um time de reforços, deixam uma mensagem a nomes como Allan, Arthur, Mirrai e outros que devem perder espaço, mas também alimenta a competição que tanto falta em Cotia. Servem, ainda, como a assinatura de um atestado de incompetência após eliminações vexatórias na Copa São Paulo, na Taça BH e no Paulista Sub-17, todas em 2012. O São Paulo jogou a toalha: só formar não é o bastante.
fonte Olheiros
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